No início desta semana a mídia alemã anunciou que o vulcão Eyjafjallajokull, finalmente se acalmou e que apesar de ainda estar ativo, por enquanto parece que não há riscos de novas erupções como as do mês passado. Desde a sua primeira erupção este ano, o Eyjafjallajokull desviou a atenção da mídia mundial para seu país, a Islândia e com isso deu mais uma chacoalhada na velha discussão sobre nossa sociedade ultra-moderna e a natureza.
Depois da primeira erupção a mídia européia não parava de falar em números: em quantos milhões de euros diários as companhias aéreas estavam perdendo, quantos mil vôos estavam sendo cancelados, quantas pessoas impossibilitadas de ir e vir, quantos compromissos tiveram de ser adiados... enquanto isso, muita gente com mais de uma perspectiva ficou se questionando à respeito de outros números. Muitas gente andou se perguntando, por exemplo, quantas toneladas de dióxido de carbono deixaram de ser lançadas pelos ares durante esse tempo. Os pilotos responsáveis por fazer os primeiros vôos experimentais depois da reabertura dos aeroportos europeus, relataram como a visibilidade era incrível e como o céu estava exepcionalmente azul. Pessoas que moram perto de aeroportos relatavam que de repente noite ficaram silenciosas como noites devem ser.
Uma outra observação frequente foi como esse vulcão colocou muita coisa em perpectiva. Muita gente no aeroporto dando escândalo porque tinha de estar em um determiado local em um determinado horário. Muita gente desesperada porque estavam com dias de visto contado. Isso sem contar que tinha gente que estava não só com os dias de visto como também com o dinheiro contado. Nessa situação a pessoa se pergunta: resolve alguma coisa se estressar? gritar? exigir voltar pra casa na mesma hora? Os compromissos são tão importantes à ponto de embarcarmos nossas vidas em uma viagem cheia de perigos só pra estarmos lá?
Muitas vezes nós nos comportamos como seres superpoderosos com nossa super tecnologia que tudo planeja, calcula, projeta, estima, prevê, organiza. Momentos como esse servem para nos lembrar que na realidade não somos senhores absolutos e sim pequenos componentes dessa força incrível, muito maior do que nós, chamada natureza.
Muitas vezes nós nos comportamos como seres superpoderosos com nossa super tecnologia que tudo planeja, calcula, projeta, estima, prevê, organiza. Momentos como esse servem para nos lembrar que na realidade não somos senhores absolutos e sim pequenos componentes dessa força incrível, muito maior do que nós, chamada natureza.
Cris, q emocionante para mim que vc escreva de modo tão fluido e tão delicado sobre algo que está fora e dentro de nós. bjão
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