sábado, 25 de outubro de 2008

Identidade

Minha amiga Maria da Graça, que se sente muito melhor como Gal, está passando por um período de Maria. Isso me levou a pensar nos vários nomes que me apresentam e como eles me fazem sentir. Nasci como Cristiane. Segundo minha mãe, um nome muito grande para uma coisinha tão pequena, e acabei virando Cris. No decorrer de meus 32 anos já fui Crisinha, Tião, Budi e Crispina. Eu sou todos esses nomes.

Quando cheguei aqui acabei recebendo outros nomes. E meus novos nomes iam e viam com novas formas de me sentir, de andar e até mesmo de pensar. De repente virei Frau Santos, muito séria e bem antipática. Ser chamada de Frau Santos me arrepia a espinha. É o mesmo arrepio que sentia quando era criança e ouvia minha mãe gritar "Cristiane, venha cá!" Ser chamada de Cristiane só podia ser encrenca. Por isso tenho muito cuidado com essa tal de Frau Santos.

Muitas vezes aqui sou também Cris Santos. Mas essa daí já é um pouco mais legal, quase como sua colega Cris Oliveira só um pouquinho deslocada no espaço. Mas de todas as Crises que apareceram aqui na Alemanha, as que eu mais gosto são Cris Cross e Crispy. Essas aí andam sempre com os amigos, sejam eles alemães ou brasileiros.

Tem dias em que eu sou mesmo é Cris Credo. Quando essa daí chega, está procurando briga, melhor sair de perto. Algumas amigas brasileiras e eu desenvolvemos uma brincadeira na nossa correspondência eletrônica. Quando escrevemos uma pra outra sempre assinamos com um nome diferente, engraçadinho que muito diz do nosso momento ao escrever o e mail. Nossos nomes, sempre dizem muito da gente, mesmo sem que a gente se dê conta.

Quando penso direitinho, é bom ter muitos nomes. Um dia assim, outro dia nem tanto. Um nome para cada ocasião, como a roupa, o cabelo ou a maquiagem que a gente coloca para encarar o mundo. Quantas pessoas passam a vida inteira sendo somente chamadas por um nome só? Por isso agora sou Cristiane, escrito sem h no meio, mas no geral me identifico mesmo é com Cris: simples e bem pequena, mas com grande potencial para ser completada ou se transformar em algo bem diferente. Posso virar Cristal ou ser Cricri, mas tudo sem muita Crise.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Master of disaster


Afffff!!!! Confesso que foi brabo, mas finalmente consegui ser aceita no mestrado da Uni-Bremen. Esta é uma semana de orientação, para os alunos desorientados como eu, acharem o fio da meada. E o meu fio ainda contiunua meio solto por aí. Vou ter dois anos pra tentar encontrar. Mas enfim, estou super feliz e cheia de novidades da vida universitária.

Todo o sistema de ensino superior alemão vem passando por uma reforma enorme. Eu comecei a estudar aqui bem nesse período de transição, no qual ninguém tem certeza de nada e mesmo os alemães estão meio perdidos no meio disso tudo, sem saber ainda se no final das contas essas mudanças todas vão dar certo ou se a vaca vai pro brejo de uma vez. Como cobertura para esse bolo todo, o curso que comeca semana que vem, está sendo oferecido pela primeiríssima vez. As inscrições foram prorrogadas por causa do número insuficiente de malucos dispostos a estudar linguística em alemão e mesmo com toda a bajulação pra atrair candidatos, o curso vai ter de começar semana que vem com apenas uma companheira de loucura e eu.

Nessa circunstância já virei até celebridade. Cheguei na Secretaria Geral de Cursos hoje para descascar um pepininho e fui recebida como sempre na maior frieza e impaciência. No entanto, assim que mencionei meu curso, um sorrisao se abriu no rosto da funcionária. "Ahhh, entre e sente-se um minutinho por favor. Conheci sua colega semana passada. Até que fim estou lhe conhecendo!" Contei essa estória em casa e meu marido se lembrou que tem um outro caso desse la na universidade. Todo mundo conhece os dois nerds que estudam Astrofísica.

Quanto tempo durará essa fama? Passaremos a ser conhecidas como as "Linguistiquetes"? Toda a
atenção que estamos recebendo dos professores continuará a ser uma coisa boa ou isso vai terminar de me enlouquecer? Aguardem cenas dos próximos capítulos...

sábado, 4 de outubro de 2008

Tree Hugger

The flower said "I wish I was a tree"
The tree said "I wish I could be a different kind of tree"
The cat wished that it was a bee

The turtle wished that it could fly
Really high into the sky
Over rooftops and then dive deep into the sea

And in the sea there is a fish
A fish that has a secret wish
A wish to be a big cactus with a pink flower on it
And the flower would be it's offering of love to the desert
And the desert,
So dry and lonely
That the creatures all apreciate the effort

And the rattlesnake said "I wish I had hands,
so I coud hold you like a man"
And then the cactus said "Don't you understand?
My skin is covered with sharp spikes
that will stab you like a thousand knives.
A hug would be nice, but hug my flower with your eyes."

Kimya Dawson and Antsy Pants