Aqui estou na terra dos Saltimbancos a pouco mais de um mês e devo confessar que estou muito feliz! Pra que ninguém estranhe, deixa eu explicar: ainda é meio difícil ser feliz aqui nesse lugar cheio de palavras enormes, de gente que acredita que muito banho estraga a pele e que brasileiro nao pode ser professor de inglês. Mas estou conseguindo e muito facilmente, apesar das experiências estranhas que insistem em acontecer aqui em Bremen.
Uma delas por exemplo, aconteceu logo depois de minha chegada. Optei por voltar a universidade e pra comecar o curso tenho de provar um certo nível de proficiência em alemao, através de um exame de língua. No biggie, na minha profissao a gente se acostuma com essas coisas, entao me matriculei num curso preparatório e tenho estudado bastante. Estou bem compromissada com isso, caí de cabeca nos estudos. Somos 8 no curso preparatório. Todos querendo um diploma alemao pra ter melhores chances no mercado de trabalho aqui, todos acadêmicos ou aspirantes a tal, inteligentes, bem vividos, mente abertas, internacionais. Assim se imagina, né? Mas foi aí mesmo neste curso preparatório onde eu vivi o primeiro momento estranho de Bremen 2008.
Numa conversa com uma colega de curso, ela me pergunta de onde eu sou, o que faco, porque vim parar em Bremen. Conversa que mais parece um interrogatório, mas essa é small talk alema. Mesmo minha colega sendo assim como eu, estrangeira aqui, tem certas coisas do local que se aprende rapidinho. Até aí tudo bem. Depois ela me pede licenca pra contar uma piadinha que aparentemente ela ouve o tempo todo por aqui. Eu me arrependo de ter dado a tal licenca e ela prossegue dizendo: "Por aqui existe um ditado que diz que todo mundo que vem do Caribe ou da América Latina sempre se diz ou engenheiro ou professor."Vocês podem me dizer o que vocês responderiam? Porque eu nao soube o que dizer. Minha resposta foi apenas o básico sorriso amarelo, que nunca falha nesses momentos e nenhum comentário.
Fui pra casa remoendo essa estória, me sentindo injusticada como pessoa, como profissional e como latina!!! Alguns acham que brasileiro, principalmente bem sucedido, no exterior, sempre provoca um certo ressentimento. Brasileiro afinal, nasceu pra jogar futebol e sambar. Eu que nunca fui passista de escola de samba e nao sei nem de que lado fica o gol, insisto em dizer que sou professora quando me perguntam minha profissao. Se a teoria do ressentimento estiver certa, pelo menos isso esclarece o motivo pelo qual as pessoas sempre me interrogam depois de ouvirem isso. Sério mesmo. As cabecas alemaes acostumadas com Goethe e Nietzsche parecem nao entender como uma brasileira aprendeu inglês no Brasil, sem nunca ter morado em nenhum país de língua inglesa, feito universidade e comecado a ensinar inglês. Eu cansei de tentar explicar. Devo comecar a dizer que sou jogadora de futebol?
Uma delas por exemplo, aconteceu logo depois de minha chegada. Optei por voltar a universidade e pra comecar o curso tenho de provar um certo nível de proficiência em alemao, através de um exame de língua. No biggie, na minha profissao a gente se acostuma com essas coisas, entao me matriculei num curso preparatório e tenho estudado bastante. Estou bem compromissada com isso, caí de cabeca nos estudos. Somos 8 no curso preparatório. Todos querendo um diploma alemao pra ter melhores chances no mercado de trabalho aqui, todos acadêmicos ou aspirantes a tal, inteligentes, bem vividos, mente abertas, internacionais. Assim se imagina, né? Mas foi aí mesmo neste curso preparatório onde eu vivi o primeiro momento estranho de Bremen 2008.
Numa conversa com uma colega de curso, ela me pergunta de onde eu sou, o que faco, porque vim parar em Bremen. Conversa que mais parece um interrogatório, mas essa é small talk alema. Mesmo minha colega sendo assim como eu, estrangeira aqui, tem certas coisas do local que se aprende rapidinho. Até aí tudo bem. Depois ela me pede licenca pra contar uma piadinha que aparentemente ela ouve o tempo todo por aqui. Eu me arrependo de ter dado a tal licenca e ela prossegue dizendo: "Por aqui existe um ditado que diz que todo mundo que vem do Caribe ou da América Latina sempre se diz ou engenheiro ou professor."Vocês podem me dizer o que vocês responderiam? Porque eu nao soube o que dizer. Minha resposta foi apenas o básico sorriso amarelo, que nunca falha nesses momentos e nenhum comentário.
Fui pra casa remoendo essa estória, me sentindo injusticada como pessoa, como profissional e como latina!!! Alguns acham que brasileiro, principalmente bem sucedido, no exterior, sempre provoca um certo ressentimento. Brasileiro afinal, nasceu pra jogar futebol e sambar. Eu que nunca fui passista de escola de samba e nao sei nem de que lado fica o gol, insisto em dizer que sou professora quando me perguntam minha profissao. Se a teoria do ressentimento estiver certa, pelo menos isso esclarece o motivo pelo qual as pessoas sempre me interrogam depois de ouvirem isso. Sério mesmo. As cabecas alemaes acostumadas com Goethe e Nietzsche parecem nao entender como uma brasileira aprendeu inglês no Brasil, sem nunca ter morado em nenhum país de língua inglesa, feito universidade e comecado a ensinar inglês. Eu cansei de tentar explicar. Devo comecar a dizer que sou jogadora de futebol?
Cris,
ResponderExcluirQuerida...não sabia que já tinha ido...que seja bom. Mas em relação a ser atacante..acho que deve ser sempre... atacar qualquer pessoa idiota que fale essas coisas chatas.E assim cumpriir seu papel de educadora..ensinando quais imbecilidades não devem ser ditas.
Saudadesssss....
Beijos enormesss como vc...
Mande notícias...
Patrícia Oliveira
Ah, não, Cris! Não perca seu tempo a não ser que seja pra dar uma boa gargalhada e perguntar: "Vem cá, vc nasceu idiota assim mesmo ou levou uma pancada na cabeça?
ResponderExcluirTe desejo tudo de bom e quando aparecer por aqui devemos tomar uma sangria lá no Tihuana.
Um beijão pra você,
Te cuida,
Vera
Cris!!!
ResponderExcluirVc foi embora e nem te vi...
Bjks e boa sorte!
Beijos para Mirráu!!! (rsrs)
Na terra dos Saltimbancos, faltam gatos, cachorros e galos mas sobra jumento!
ResponderExcluirBrincaderias a parte, aproveite Bremen, o marido e a justiça social.
Releve a limitação etnocêntrica européia.
Muito Legal Cris!
ResponderExcluirJá pensou em ser escritora!
Esse mundo nosso é meio estranho mesmo, mas acho que manter o bom humor e sempre uma boa pedida, mas ai quando não der mais agente improvisa.
bj
Gil
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ResponderExcluirRapaz, eu não sei se você deve ser jogadora de futebol, mas você já considerou volei? Se funcionar, let me know so that I can say the same whenever I have the opportuni to go abroad, rs...
beijao minha linda
.
Cris,é gostoso ler você!
ResponderExcluirQuanto a essa história, que tal interrogar as pessoas também? rsrsrs
Cris, esse lance da gringa me lembrou um velho comercial do "Tang": o slogan "mãe é igual em todo o mundo", e a mesma cena da mulher servindo suco pro guri se repetindo com gente de todas as cores e vestimentas, com o fundo musical "lá, lá, lá..." Enfim, menciono essa refinada alegoria pra dizer que imbecil tem em todo lugar, uns com mais grana e estudo, outros com menos. Simplismo meu, ou realmente é simples assim? Mas perceber isso é só uma pequena parte de uma experiência que pode ser tão grande como você.
ResponderExcluirUm beijo! E um abraço no polaco.