sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Mar Frísio



E já que fomos parar no mar do Norte, deixa eu contar pra vocês sobre um fenômeno que acontece entres as marés aqui no noroeste da Europa, o Wattmeer. Quando a maré está baixa, é possível andar kilômetros e mais kilômetros "mar adentro". Dizem as pessoas aqui que essa caminhada de pés descalços, faz maravilhas pros pés, pras articulações e para a coluna vertebral. Mas cuidado!! Se forem fazer essa caminhada, procurem um guia no local. A névoa densa, faz muita gente perder o senso de direção e a maré sobe de forma repentina. Com o auxílio de um guia é possível caminhar, mesmo com a maré alta, porque dá pra seguir um certo caminho de estreitas faixas de terra,  enquanto ao seu redor, o marzão se estende infinito. Fiz esse trajeto de carroça e fui ficando apavorada enquanto ao nosso redor a maré enchia rapidamente, mas mesmo assim outras carroças e pessoas caminhando iam e vinham. Dá um medinho...

Assim começa o trajeto.

Quando você menos espera está no meio do mar.



Queríamos chegar naquele pedaço de terra láaaaaaa adiante.


Mas bem rapidinho chega em um lugar mais seco outra vez.
Quando se vai à pé, só conhecendo a trilha muito bem. Tem lugares onde o chão é bem firme, outros nos quais os pés afundam um pouco na terra (esse aí é o que tem efeitos terapêuticos), outros no quais a pessoas pode afundar na terra até os quadris. E ainda tem lugares nos quais o chão é lisinho e outros nos quais se pisa em ostras e outras coisas que podem machucar os pés. Por isso tem gente que faz essa caminhada com aquelas botas de borracha.

Se acontecer de errar o caminho ou perder a orientação, só resta mesmo tentar nadar até um dos postos de salvamento. Lá dentro eles tem um sinalizador. Você dispara e fica esperando o resgate chegar e depois paga o mico de explicar o que estava fazendo no meio do Wattmeer sem guia... E como aqui é tudo bem organizadinho, nem se preocupe que mesmo em alto mar, o caminho é sinalizado. Essas fotos foram tiradas na ida quando a maré aí neste local ainda estava completamente baixa.

Estação onde os infelizes podem esperar o salvamento chegar
Pra ter certeza pra que lado nadar. No caso, pra direita, viu...Rettungsbake é o posto de salvamento.

6 comentários:

  1. Espetacular. Quero ir ai tb!
    Se vc quiser fazer essa trilha sem guia tem q levar na sua mochila uma boia de soprar; p qualquer eventualidade.
    Uma duvida.Pq botas de borracha? Nao seria melhor aqueles tenis q podem molhar?

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  2. Uau, Cris! Q mágico! E, ainda por cima, romântico!!! DElícia! Adorei! bjs

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  3. Muito legal! Seus textos estao MARAVILHOSOS! Estou achando um saco q vou ter q parar de ler para trabalhar! Depois eu leio os q faltam! Bjs.

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  4. Paolita,
    Da próxima vez que você vier aqui te levo lá. Beijocas

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  5. Shi,
    que bom que você está gostando dos posts. Valeu pelos cometários, lindinha. Agora vá trabalhar, viu? rsrsrs

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  6. Oi Beto,
    Valeu pelo comentário! No dia que fui fazer esse passeio pensei em logo em você e Kari. É a cara de vocês mesmo. Sabia que você ia gostar rsrsrsrsrsrs.

    A idéia da bóia é legal, mas ainda assim exige cuidado. Mesmo tendo como flutuar, a água lá é muuuuuito gelada. Nao demora muito pra ter hipotermia. E venta, viu. Nunca tinha visto um vento miseravao e frio como aquele. O guia também tem outras vantagens. Além de mostrar o caminho, que nao é só o caminho que nao oferece perigo pro visitante, como também os caminhos que nao vao agredir nenhum animal ou inseto, no geral é uma galera que trabalha nas reservas ambientais de lá e aí caminho afora vai te explicando sobre os tipos diferentes de terra que você encontrando, os bichos, os insetos, bla bla bla.

    Mas claro, dá pra ir sozinho também (se bem que todo mundo insiste que isso é uma péssima idéia...). Só tem de se lembrar de pegar o mapa atualizado da maré (horários) e das trilhas. Todo dia muda. Nao sei te explicar os detalhes nao, mas tem a ver com as correntes marítimas e a forma como o solo vai mudando de acordo com elas.

    Quanto ao calcado, acho que o tênis pode ser uma boa também. As pessoas aqui usam essa bota tipo galocha porque mesmo no verao a água e o solo sao gelados pra caramba e tem derminados caminhos nos quais o pé afunda bastante entao com a bota os pés ficam mais protegidos.

    E aí? Se animou pra vir conhecer o Wattmeer?

    Beijocas

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